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20 de setembro de 2015

O grande desafio dos 42,195 km

Por ser uma prova longa, o desafio dos 42,195 km pode levar o organismo ao seu limite máximo. A hidratação neste tipo de prova assume um papel decisivo para a conclusão, pois a desidratação leva o praticante rapidamente a um quadro de fadiga. As implicações fisiológicas instaladas em um quadro de desidratação podem levar o praticante da modalidade a uma fadiga aguda, o que acarreta em risco para a saúde.

Eliminação da água pelo organismo
A eliminação da água pelo organismo ocorre basicamente por quatro vias: (1) urina; (2) suor; (3) fezes e (4) ar expirado. A quantidade de líquido eliminada por cada via poderá ser alterada caso a produção de suor aumente de forma significativa. Paralelamente a este fenômeno, ocorre um conjunto de adaptações hormonais da aldosterona, angiotensina e renina, que têm como objetivo diminuir a perda de água.

São diversos os fatores que podem interferir na produção de suor, levando o indivíduo a uma necessidade de hidratação constante para evitar um déficit hídrico. A previsão da produção de suor, por hora, pode ser utilizada como ferramenta para prever este déficit hídrico. O déficit hídrico gera um quadro de desidratação que é iniciado por vários fatores: perda de água, vômito, inviabilidade de deglutição de líquidos, estenoses agudas no esôfago, diarréia, produção de suor e inadequada ingestão de líquidos, sendo os dois últimos citados os que se relacionam com a desidratação durante o exercício.

Tipos de desidratação
Existem três distintos tipos de desidratação: HIPOTÔNICA, quando a perda de sal excede a perda de água; ISOTÔNICA, quando a água e os eletrólitos são perdidos em proporções iguais; HIPERTÔNICA, quando a perda de água excede a de eletrólitos. Durante o exercício físico, o tipo de desidratação mais comum é a hipertônica.

Mecanismo de desidratação hipertônica
Durante a desidratação hipertônica, os fluídos são decorrentes de alterações do equilíbrio osmótico entre o meio intra e extracelular. Quando ocorre a perda hídrica por sudorese, perde-se principalmente água do meio extracelular, aumentando a pressão osmótica do meio extracelular. Com o objetivo de se estabelecer a homeostase, há um deslocamento de água do meio intracelular para o meio extracelular pelo mecanismo de regulação osmótica, ocorrendo uma contínua desidratação das células durante o exercício.

Mesmo sendo realizada a hidratação, pode ocorrer um quadro de desidratação, pois a capacidade de esvaziamento gástrico é algo em torno de 1 a 1,2 litros por hora, enquanto que a perda pode chegar a atingir 2 litros por hora.

Usualmente expressamos a redução do peso corporal em percentual para quantificar o nível de desidratação e correlacionando os seus efeitos. Já foram encontrados reduções de 7 a 8% do peso corporal em maratonistas (COSTILL, 1972). Nas Olimpíadas de Los Angeles, durante a prova de maratona, o atleta Alberto Salazar perdeu 8 litros de suor (MOREIRA, 1986).

Um corredor treinado pode perder de 1,5 a 2,5 litros de suor por hora, sendo que a reposição hídrica dificilmente consegue chegar a 50 % deste valor (CODINA, 1993). Para desidratações de 1,5% do peso corporal, acredita-se que o desempenho chega a cair aproximadamente 15 % (BANGSBO, 1997).

Consequências da desidratação durante a atividade física
O quadro de desidratação está ligado diretamente com a queda do desempenho, sendo considerada um fator limitante da performance. São diversos os mecanismos alterados pela desidratação, entre eles podemos destacar o componente cardiovascular, controle térmico corporal, condução nervosa e contração muscular, o que implica diretamente em perda da técnica do movimento, provocando um gasto energético maior. O conjunto destes elementos, além de reduzir a performance, pode colocar em risco a integridade física do praticante.

Valores acima de 10 % de desidratação do peso corporal expõem os praticantes a um risco para sua integridade física. Podemos estabelecer algumas relações entre a perda hídrica e o desempenho: para 1% de desidratação, uma redução significativa no ritmo do exercício, aumento da temperatura corporal interna de 0,1° a 0,4° C e aumento de aproximadamente 6 batimentos por minuto (bpm).

Por isso, é muito importante estarmos atentos a todos os sinais e sintomas durante as provas de longa duração.

Bom treino ou melhor bom desafio !

Thiago Oliveira
Treinador my runner

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