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20 de setembro de 2015

Treinamento em altitude

Antes de mais nada, é preciso saber que pressão atmosférica e pressão barométrica são termos utilizados para soma das pressões parciais de vários gases (nitrogênio, oxigênio, vapor de água, dióxido de carbono e gases inertes). Na altitude, há uma queda na pressão barométrica e, consequentemente, uma diminuição na pressão parcial de oxigênio.

As modificações na pressão de oxigênio no meio ambiente (e em vários componentes do corpo) são conhecidas como “cascata de transporte de oxigênio”. À medida que reduz a pressão de oxigênio, o organismo encontra mais dificuldades para conseguir oxigênio necessário para o seu metabolismo – fenômeno conhecido como hipóxia.

Particularidades da altitude
•A partir de 1500 m de altitude, a Po2 ambiental começa a diminuir significativamente
•Com a diminuição da Po2 inspirada, há uma queda da Po2 alveolar. Com isso, a saturação do O2 com a hemoglobina também cai – e continua caindo à medida que a altitude aumenta
•Com a diminuição da Po2 no transporte de O2, ocorrem alterações no desempenho físico

Hipóxia
É a diminuição da quantidade de O2 distribuído aos tecidos pelo sangue, que provoca alterações em todos os níveis de transporte de O2. São quatro os fatores influenciadores da afinidade entre o O2 e a Hb (pH, CO2, temperatura e fosfato orgânico):

•a queda do pH diminui a afinidade do O2
•o aumento do CO2 e a combinação da Hb + CO2 diminuem a afinidade com o O2
•o aumento da temperatura diminui a afinidade com o O2
•os fosfatos orgânicos (2,3-DPG) diminuem a afinidade com o O2

Desempenho nos exercícios aeróbios
Em 1968, no México (2300m), o desempenho precário de alguns atletas durante a Olimpíada foi atribuído aos efeitos da altitude. O VO2max. é reduzido de 3 a 3,5% a cada 300 m, a partir dos 1500 m. Para suprir o menor transporte, o organismo se adapta a curto prazo (aclimação) e a longo prazo (aclimatação).

As adaptações resultantes da hipóxia no organismo são buscadas por atletas de alto rendimento para otimizar a performance. Com isso, desenvolveu-se o treinamento em altitude (TA) – permanência por períodos de tempo em altitude acima de 2000m. O período de adaptação para uma altitude de 1500 metros é de 7 dias. Nesse período, não se deve realizar atividades físicas moderadas ou fortes.

Nas altitudes de até 1.200 metros, não ocorrem fenômenos de adaptação muito importantes. A partir de 1.500 metros é que se torna necessário um período de adaptação, sendo que os primeiros dias são os mais difíceis, principalmente o segundo, o terceiro e o quarto dia.

Em teoria, esse procedimento induzirá a adaptações que, ao nível do mar, elevarão a performance. Em 1975, o pesquisador Adms realizou o seguinte experimento:
•Grupo 1 – Morou e treinou (3 semanas) ao nível do mar e mais 3 semanas em altitude
•Grupo 2 – Inverso
•VO2 Máximo – avaliado (pré e pós)
•Redução de 17,4% do VO2 máximo quando exposto à altitude
•Grupo 1 – (-) 2,8% em relação ao pré
•Grupo  2 – sem alterações

Explicação: possível redução da intensidade do treinamento.

Outros estudos também relataram uma queda na performance em altitude e ao retornarem ao nível do mar. Alguns pesquisadores parecem ter encontrado uma estratégia para conciliar os possíveis efeitos benéficos da altitude com a alta intensidade nos treinamentos. A estratégia ficou conhecida como morar alto e treinar baixo. Os indivíduos moravam acima de 1500m e treinavam abaixo de 1500m.

Todos os estudos obtiveram respostas significativamente maiores e confirmaram que a estratégia de morar alto e treinar baixo é uma boa ferramenta para aumentar a performance em esportes com predominância do componente aeróbio – como a corrida.

Thiago Oliveira
Treinador my runner

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